16 de novembro de 2013

Parceria com a FESINPERS ajudará no recadastramento dos pescadores artesanais do Rio Grande do Sul

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Com o objetivo de agilizar o recadastramento dos pescadores artesanais do Rio Grande do Sul e combater fraudes no seguro defeso, o Ministério da Pesca e Aquicultura assinou nesta terça-feira (12), um acordo de cooperação com a Federação dos Sindicatos de Pescadores do Rio Grande do Sul (FESINPERS).
A parceria permitirá que a instituição recadastre os pescadores no site do Ministério. Após esse procedimento, o MPA fará a análise dos dados e a emissão da nova carteirinha que poderá ser retirada na Federação. Esse convênio visa facilitar a vida daqueles que não podem se deslocar até a Superintendência do Ministério mais próxima.
O presidente da Federação dos Sindicatos de Pescadores do Rio Grande do Sul, João Francisco Mendes disse que esse convênio vai ajudar o pescador a produzir mais. “O que para muitos seria burocrático será feito por nós da Federação. Vamos recadastrar os pescadores na internet e com isso ele vai poder aproveitar o tempo para produzir mais”, afirmou Mendes.
O ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella lembrou que durante esse período de atualização cadastral que se iniciou em fevereiro deste ano já foram suspensos 200 mil registros e a parceria será importante para ajudar no combate às fraudes no seguro defeso.
“Estamos fazendo uma nova carteirinha. O nosso esforço é de que esse patrimônio seja utilizado apenas para pagar o seguro defeso aos pescadores. Por isso, estamos firmando parceria com o presidente da Federação, com todos os Sindicatos, Associações e Colônias no sentido de que eles assinem solidariamente a inscrição de cada pescador para evitar que outros profissionais tenham acesso”, ressaltou.
Segundo o secretário de Monitoramento e Controle do Ministério, Américo Tunes a expectativa é de que no fim do recadastramento sejam suspensos cerca de 400 mil registros. Ao falar da parceria, o secretário informou que a Federação também vai ajudar o pescador a fazer a manutenção da carteirinha anualmente no site do Ministério. “O trabalhador precisa responder um questionário com dados da produção dele anualmente. As perguntas são simples e objetivas. As respostas ajudarão o Ministério a ter uma melhor avaliação da pesca artesanal”.
De acordo com o ministro, por conta da política do seguro defeso esse ano foi registrado recorde na safra de tainha, sardinha e camarão. Durante o discurso, Crivella também falou sobre o Plano Safra, lançado em outubro do ano passado e que destina R$ 4,1 bilhões em crédito e investimento para o setor. O ministro pediu que o estado do Rio Grande do Sul aplique mais recursos na pesca. “O Rio Grande do Sul investiu apenas R$ 18 milhões. Os pescadores do Brasil estão hoje com a frota envelhecida, seus apetrechos muito ultrapassados e ainda há desperdício de pescado. Nós precisamos renovar isso”, disse.




Congresso de biotecnologia algal ganha apoio do MPA




 
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O ministro Marcelo Crivella (Pesca e Aquicultura) anunciou hoje apoio à realização do 4º Congresso Latino Americano de Biotecnologia Algal e 4º Workshop da Rede Algas, que será realizado em Florianópolis, na próxima semana, entre os dias 18 e 23. O Ministério da Pesca e Aquicultura garantiu descentralização de R$ 150 mil, proveniente de emenda parlamentar do deputado federal Esperidião Amin (PP-SC), em favor da Universidade Federal de Santa Catarina. O termo de cooperação e o plano de trabalho foram assinados hoje, em Brasília, pelo ministro e pela reitora da instituição, Roselane Neckel.Crivella disse que o investimento do ministério em ciência e tecnologia visa sustentar o desenvolvimento da cadeia produtiva da aquicultura. “Com o crescimento previsto da nossa produção temos que apoiar as iniciativas de pesquisa e as novas tecnologias, visando prevenir o aparecimento de doenças e outros problemas de sustentabilidade que já ocorreram quando do desenvolvimento de outras culturas”, declarou.As algas tem aplicação na indústria alimentícia, nos cosméticos e na indústria farmacêutica. No Brasil ainda há poucas iniciativas de cultivo e um grande potencial a ser explorado, assim como nas demais áreas da aquicultura. Santa Catarina é líder nacional em maricultura (cultivo de ostras e mexilhões) e mantém, com o apoio do MPA, grande de parte das pesquisas de biossegurança e defesa sanitária em andamento nesta área no País.Cerca de 500 congressistas, de diferentes países, estão sendo esperados em Florianópolis para o congresso de biotecnologia. O evento, conforme a reitora da Ufsc,tratará de diferentes questões relacionadas à conservação da natureza, biodiversidade, uso sustentável e mercado de trabalho do setor. Além da Universidade, participam da organização do evento a Universidade Estadual de Santa Catarina, a Empresa de Pesquisa Agropecuária (Epagri) e o Instituto Federal de Santa Catarina.

A corrida do ouro e a lasca do filé: Luiz Valle

A corrida do ouro e a lasca do filé: Luiz Valle
Presidente da Cavalo Marinho — criação e beneficiamento de frutos do mar
Jesus não multiplicou o boi, o frango e o porco. Multiplicou o peixe. É com essa frase que o Ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, comemora duas boas notícias para o setor produtivo do pescado no Brasil. A primeira delas foi anunciada por Victor Burns, gerente da área de relacionamento do BNDES com o governo: o ProAquicultura, programa recém- criado pelo banco, disponibilizou dotação orçamentária de RS 500 milhões para apoiar projetos de empresas brasileiras de cultivo de peixe nos próximos cinco anos.
A segunda boa notícia, apresentada por André Barbieri, diretor da Riviera Investimentos, foi a criação do primeiro Fundo de Investimentos em Participação (FIP), da ordem de R$ 200 milhões, destinados ao mesmo segmento e voltado para o mesmo objetivo. Na contramão da Bíblia e do restante do mundo, no Brasil primeiramente se investiu nos outros bichos.
Após a estruturação da cadeia produtiva de bovinos, aves e suínos é que o país voltou sua atenção para o potencial da produção de peixes e frutos do mar. Para as empresas tomadoras, o ProAquicultura terá custo anual equivalente à variação da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).Projetos a partir de R$ 3 milhões poderão ser contratados sem intermediação de bancos particulares e haverá flexibilização dos 130% de garantia real normalmente exigidos pelo BNDES.
As microempresas e as empresas de pequeno porte estão isentas da taxa de intermediação financeira. Quando, entretanto, o assunto é Fundo de Investimento em Participação, sai de cena o “S” do BNDES (desenvolvimento Social) e toma assento o “$” dos investidores institucionais, focados nas empresas do peixe que têm gestão transparente, alto potencial de crescimento, grande rentabilidade e solidez.
Ao estimular o BNDES e os fundos de investimento a empregar recursos na aquicultura o governo tem dado mostras de que realmente acredita ser possível ampliar a produção nacional de pescado cultivado, das 500 mil toneladas atuais para sonhados 20 milhões de toneladas por ano. Objetivo que poderá ser alcançado, segundo informação do governo, com o uso de apenas 0,5% das águas da União.
A presidente Dilma inaugura agora mais dois reservatórios nos quais serão implantados parques aquícolas para novos cultivos: Serra da Mesa e Cana Brava, em Goiás, próximos ao Distrito Federal. A notícia incita e excita investidores internacionais oriundos da cambaleante economia europeia, que recorrem ao Ministério da Pesca e Aquicultura ávidos por oportunidade de produzir aqui. E faz lembrar a corrida do ouro, nos Estados Unidos.
Quando James W. Marshall, em 1848, deixou escapar a notícia de que encontrara pedaços de certo mineral amarelo e brilhante em uma calha de moinho, viu cair sobre si uma multidão de 300 mil pessoas, vindas de toda parte. A Califórnia se transformava em um inferno! O resto, a História conta: Marshall teve suas terras invadidas e seu rico ouro usurpado.
Morreu reivindicando ao estado, em vão, indenização pelas terras perdidas. Nós, produtores que cultivamos peixes no Brasil desde o tempo em que a piscicultura era tratada como atividade econômica irrelevante, não temos vocação para Marshall. Os R$700milhões de investimento no nosso setor são muito bem-vindos. Quem já roeu tanto osso — digo, tanta espinha — tem direito de provar a lasca do filé.