O tucano elogiou a capacidade do ex-presidente Lula de se comunicar com a população, mas disse que é um "erro" a ida dele para a Casa Civil. FHC disse que até ele mesmo não daria certo no posto.
— A casa Civil é o chefe da máquina. É quem vai cobrar os 30 ministros, porque o presidente não tem tempo para fazer isso. [Com o Lula na Casa Civil], pode haver uma confusão entre política e administração. O Lula não vai fazer cobrança. Ele vai fazer política.
FHC também disse que o modelo de governabilidade brasileiro, baseado nas alianças dentro do Congresso Nacional em troca de cargos na administração federal, está condenado.
Segundo o ex-presidente, isso vale para qualquer presidente: “quem assumir amanhã vai encontrar um congresso fragmentado”.
FHC citou o poder dos pequenos partidos brasileiros, que ganharam protagonismo durante o esquema do "mensalão" no Congresso: “Está todo mundo reunido em Brasília hoje, mas ninguém sabe para onde vai”.
Segundo o ex-presidente, o Brasil vive hoje quatro crises: econômica, política, moral e de liderança.
Para ele, os economistas brasileiros possuem uma agenda comum sobre o que fazer para a retomada da economia. Mas a classe política está "tateando", em busca de uma solução.
O ex-presidente afirmou que faltam líderes que saibam de comunicar com a população em momentos como esse, de crise, e que não prometam muito, mas que mostrem o caminho a ser seguido.
As declarações foram feitas durante um congresso promovido pela seguradora Tokio Marine Seguradora sobre negócios de alto risco.
O presidente discursou por cerca de 45 minutos e depois respondeu a algumas perguntas escolhidas pela organização do evento. Ele não atendeu a imprensa, que não pôde fazer perguntas diretas.
fonte:Diego Junqueira, do R7
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