12 de julho de 2017

Acusações, investigações e tumulto grande no IBAMA/RN

Rompendo uma tradição no Ibama, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV-MA), decidiu nomear diretamente nesta terça-feira (11) o chefe do setor técnico de fiscalização do órgão no Rio Grande do Norte. Normalmente os ocupantes dos cargos desse nível são nomeados pela presidente do Ibama, Suely Araújo, que desta vez não participou da escolha.
A decisão do ministro, interpretada como uma intervenção branca nas atribuições da presidente, causou mal-estar entre os servidores do órgão, pelo precedente e porque o servidor, Claudius Monte de Sena, é alvo de um pedido de afastamento do cargo que ele ocupava até ontem, o de coordenador do gabinete do superintendente local, um indicado do deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN).
A nomeação ocorre no momento em que o presidente Michel Temer (PMDB-SP) luta para ampliar sua maioria na base aliada do Congresso e foi vista como mais um passo no loteamento político das superintendências estaduais do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), processo que começou no ano passado e atingiu várias unidades da região amazônica. É a primeira vez, no entanto, que o governo atua sobre a área mais sensível do órgão, que é a da linha de frente da repressão aos crimes contra o meio ambiente.
O superintendente do órgão no Rio Grande do Norte, nomeado em julho do ano passado, Clécio Antônio Ferreira dos Santos, trabalhou até o ano passado como secretário parlamentar no gabinete do deputado Rogério Marinho que na Câmara foi, até abril, o relator da reforma trabalhista, uma das prioridades de Temer.
O superintendente é descrito pela imprensa de Natal como “líder político” em Ceará-Mirim (RN) e foi diretor do departamento estadual de trânsito. Seu filho, Clécio Júnior, foi candidato a vereador na cidade pelo PSDB em 2016.
Em março passado, durante uma reunião gravada na Fiern, a federação das indústrias do Estado, Santos disse que não queria “um Ibama policialesco”. “Eu quero um Ibama sereno, suave com um bom relacionamento e parceiro do empreendedor, parceiro do desenvolvimento, parceiro do emprego.”
Na mesma reunião, Santos disse que não era ambientalista e não conhecia “patavina de meio ambiente, nem vou conhecer porque a minha idade não permite mais”.
Meses após tomar posse no cargo no RN, Clécio escolheu como seu coordenador de gabinete o analista ambiental Claudius Monte de Sena, que agora se tornou o chefe da Divisão Técnico-Ambiental, em lugar de Cláudia Ramos Zagaglia, bióloga com experiência em ações de fiscalização e no tema da pesca, assunto que ocupa o centro das preocupações do Ibama em Natal.
Em fevereiro, 13 servidores do Ibama entregaram um abaixo-assinado contra a gestão de Santos. A presidência do Ibama determinou a criação de uma comissão para investigar uma série de denúncias sobre o Ibama em Natal “relativas a ingerência no contrato de terceirização, insubordinação grave, utilização indevida de veículo oficial, alteração de lotação de servidores com caráter punitivo, embaraço às atividades finalísticas do Ibama e outros fatos conexos, com atenção para atuação ilegal em processos sancionadores”.
Após ouvir 27 servidores do órgão e colher diversos documentos, num total de dez volumes com mais de 1,7 mil páginas, a comissão concluiu pelo indiciamento de Santo por seis condutas diversas, incluindo desembargo de material apreendido que levaram à devolução, para empresas autuadas, de seis toneladas de lagostas apreendidas e o “cancelamento irregular dos autos de infração lavrados em desfavor” de um empreendimento hoteleiro.
A apuração apontou ainda que ele “interferiu nas composições de equipe de fiscalização, excluindo servidores e indicando outros nomes a substituí-los”, agindo “de forma centralizadora”; provocou a substituição de cinco funcionários de uma empresa terceirizada e indicou “nomes de sua confiança para a contratação”; utilizou veículos oficiais do órgão “como transporte pessoal no trajeto residência à repartição e vice-versa”, entre outros pontos.
No último dia 3, a comissão encaminhou cópias dos autos para diversos órgãos, como Ministério Público Federal, Polícia Federal e Controladoria-Geral da União. A comissão sugeriu o afastamento de Claudius Sena do cargo de assessor direto do superintendente e a designação de um interventor do Ibama no Estado do Rio Grande do Norte.
OUTRO LADO
Procurada pela Folha nesta terça-feira (11), a assessoria do Ministério do Meio Ambiente informou que “as nomeações de DAS (Direção e Assessoramento Superior) nos Estados são indicadas pela Secretaria de Governo”.
Em depoimento à comissão, Clécio Santos afirmou que “denunciantes e testemunhas se tratam ou demonstram serem inimigos declarados” dele. Disse que a substituição de empregados terceirizados “deu-se por mau desempenho destes e não por imposição impessoal do indiciado trabalhou em outros órgãos” e afirmou que havia ocupado outros cargos em comissão em órgãos públicos que “nestes havia veículo de representação, do qual fazia uso para o trajeto casa/trabalho/casa”.
Sobre a nomeação de Sena como seu assessor, o superintendente escreveu ao Ibama que ele “preenche todos pré-requisitos, e com excelente perfil de bom gestor, pois já ocupou as mais diversas chefias ao longo dos 38 anos aqui trabalhados, sempre com desempenho muito bom”.
No depoimento que prestou à comissão, Claudius Sena disse que trabalha desde 1986 no Ibama, então chamado de IBDF, ocupou diversos cargos no órgão e foi superintendente do Ibama de 2002 a 2004. Afirmou que já completou o tempo para aposentadoria e “seu sonho é sair” do Ibama, mas decidiu ajudar na gestão de Santos, que entrou no órgão “cru, sem conhecimento das coisas”.
Sena disse que que “o devido processo legal não era mais seguido” no Ibama, que “defesa administrativa, quando era feita, era um mero documento, que não tinha o rebatimento necessário para que se dissesse que o infrator estava errado; simplesmente se dizia que a alegação era improcedente e era só isso”.
O deputado Rogério Marinho, procurado, não foi localizado. Sua assessoria anotou o recado mas não houve retorno até o fechamento deste texto.

*POR FOLHA/BG.

Operação conjunta fiscaliza remessas ilegais pelos Correios e apreende mil animais

Foto: Ibama
Brasília (10/07/2017) – Operação de fiscalização de remessas postais realizada pelo Ibama em conjunto com a Receita Federal e os Correios em São Paulo (SP) resultou na aplicação de multas que totalizam R$ 500 mil e na apreensão de espécimes de fauna e flora sem autorização ambiental para entrar ou sair do país. Em duas semanas foram identificados 1.049 animais transportados de forma irregular.
A partir do monitoramento por aparelhos de raio-x dos Correios, auditores da Receita Federal selecionaram e encaminharam encomendas à equipe do Ibama para identificação do conteúdo e análise da documentação.
Foram interceptadas 544 peças de Pau-Brasil que seriam usadas para fabricar violinos; madeira serrada; casacos feitos com pele de raposa, guaxinim e mink (fauna silvestre exótica); mariposas e borboletas de espécies brasileiras; besouros e salamandra (foto); chifres de kudu (fauna silvestre exótica); e emulador de Arla 32, usado para fraudar a emissão de poluentes por automóveis.
"Ações interinstitucionais como esta, voltadas para a fiscalização de remessas postais, permitem a proteção da biodiversidade em várias frentes. É possível impedir a entrada de espécies exóticas no país, evitando danos ambientais, e a saída de espécies ameaçadas de extinção", disse o responsável pelo Núcleo de Fiscalização do Patrimônio Genético e Conhecimento Tradicional Associado (Nufgen) do Ibama, Isaque Medeiros.
O Ibama notificou instituições de pesquisa nacionais sobre a necessidade de adequação à Lei 13.123/2015 e ao Decreto nº 8.772/2016, que tratam do acesso e da remessa do patrimônio genético nacional para instituições estrangeiras. "Por ser a nação mais rica em biodiversidade, o Brasil é alvo preferencial da biopirataria, que favorece multinacionais sediadas no exterior sem que haja a devida repartição de benefícios prevista na Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) e na legislação nacional", acrescenta Medeiros. Segundo ele, a fiscalização aduaneira evita que instituições estrangeiras se apropriem indevidamente dos recursos naturais do país.
Além das autuações, os responsáveis pelas encomendas irregulares podem responder por crimes ambientais previstos na Lei n° 9.605 de 1998. As informações apuradas durante a Operação Hermes serão encaminhadas ao Ministério Público Federal (MPF).

*Assessoria de Comunicação do Ibama

11 de julho de 2017

APODI-RN: PADRE PUBLICA NOTA DE APOIO AOS APODIENSES PELO FECHAMENTO DO HOSPITAL

O Padre Chagas, da cidade de Apodi não gostou nada da notícia do fechamento do Hospital Regional Hélio Morais Marinho anunciado pelo governo do estado do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, e publicou nota na sua página do facebook.

Leia:

NOTA DE APOIO AO POVO DE APODI

Venho por meio desta nota, MANIFESTAR a toda a população Apodiense e cidades circunvizinhas, a minha indignação com a atual situação por que passa o Hospital Regional Hélio Morais Marinho. E é com pesar e muita e indignação que repudiamos o descaso e omissão do governador do nosso estado no tocante ao fechamento deste que deveria ser o Hospital referência para toda a região, desafogando assim, um pouco a demanda do Hospital Regional Tarcísio Maia na cidade de Mossoró. Nem a cidade de Apodi e nem os seus munícipes merecem tanto descaso. A atual situação da saúde pública do nosso estado é inadmissível, muitas cidades sofrem com a falta de investimentos na área da saúde, a população sofre por não ter uma saúde pública digna e de qualidade, mas fechar um hospital regional que durante anos atendeu a população apodiense sem maiores explicações é realmente inadmissível, é sem sombra de dúvidas o atestado de uma gestão desastrosa e irresponsável.

É preciso que expressemos nossa indignação quanto ao fechamento deste e de outros hospitais do estado urgente! É um direito básico que está sendo cerceado a toda população apodiense que sofrerá com a falta de atendimentos aos pacientes, os quais terão que se deslocar para a cidade de Mossoró para serem atendidos no Hospital Tarcísio Maia, que consequentemente não terá capacidade de atender a demanda. Repudiamos as condições de descaso com que vem sendo tratados os pacientes que precisam do serviço de saúde desenvolvido pelo Hospital Hélio Marinho e que rotineiramente se veem sendo vítimas da má administração de um gestor que não tem compromisso com a população que o elegeu.

A população já não aguenta mais ser refém dessa situação e não aceita mais ter seus direitos básicos usurpados por políticos corruptos e sem escrúpulos que só pensam no próprio enriquecimento. Precisamos rebater essa situação, não podemos assistir calados e de braços cruzados ver algo que foi conquistado com tanta luta ser desativado dessa maneira, precisamos fazer com que nossa voz seja ouvida e, assim continuaremos cobrando das autoridades competentes que sejam resolvidos os problemas de gestão da saúde pública do nosso estado, em especial a saúde pública apodiense.

Atenciosamente,
Pe. Francisco das Chagas Costa
Pároco de Apodi