*Do G1 RN
A movimentação das canoas é grande durante todas as manhãs no açude Boqueirão. Os pescadores chegam de todas as partes. A equipe da Inter TV encontrou por lá Francisco de Assis Lima, que informou ter chegado na noite anterior com os colegas. Eles saíram de Sossego, cidade que fica na Paraíba, a cem quilômetros de distância. Toda semana repetem o percurso.
O açude foi um dos poucos que resistiu à estiagem prolongada/ garantindo o sustento de muitos pescadores da região. Outro pescador, Edilson Viana, diz que chega a pescar até 15 quilos de tilápia por semana. O peixe é um dos mais comuns no reservatório, e serve de renda para manter as famílias. “Esse peixe eu vendo. Faço filé e vendo, e como também. Dá pra tirar 300 por semana, 350 (reais)”, conta.
O açude Boqueirão também ajuda no abastecimento. A água que vai pro carro-pipa tem destino certo: as comunidades rurais. Mesmo com a oferta de água, o açude também sofreu com a seca. Atualmente, o Boqueirão armazena 13% da capacidade total. Mas as últimas chuvas trouxeram boas notícias, o nível da água subiu um metro no mês passado.
As últimas medições da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn) apontaram um acumulado de chuva em Parelhas, esse ano, de 257 milímetros. É mais que o dobro que o mesmo período do ano passado.
Ainda de acordo com o relatório de situação volumétrica, a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, a maior do estado, saiu do volume morto. Mas, segundo o Instituto de Gestão das Águas, se não continuar chovendo, o reservatório poderá voltar ao nível crítico em breve. A situação é estável nos outros dois maiores reservatórios.
“Nós estamos muito feliz com o que Deus tem feito por nós. Por ter mandado essa invernada mesmo no tempo certo, no tempo que a gente tava precisando. E agora é esperar que Deus abra a porta do céu e mande mais, né? Porque a gente necessita dessa água, né? E desse peixe também”, pede o pescador Antônio dos Santos.
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