Brasília (13/10/2016) – O Ibama realizou no fim de setembro o seminário “Uso de Software Livre para Informações Geoespaciais no Governo”. O evento reuniu na sede do Instituto, em Brasília, instituições governamentais brasileiras e europeias para apresentar casos bem-sucedidos de uso de software livre para aplicações geoespaciais. O objetivo foi identificar temas de convergência para a construção de acordos de cooperação nacionais e internacionais. “Com o uso do geoprocessamento, o Ibama passou a ter uma eficiência muito maior no combate ao crime ambiental. Ao mudar para o software livre, o Instituto ganhou, mais do que economia de recursos, autonomia e liberdade”, disse o diretor de Proteção Ambiental, Luciano Evaristo.
Ao longo de três dias, 21 instituições brasileiras e duas europeias compartilharam suas experiências com 360 participantes de diversos estados e cerca de mil pessoas que acompanharam o evento pela internet. O público pôde conferir como o Brasil usa o software livre para combater o desmatamento na Amazônia e outros crimes ambientais federais; realizar a regularização e o Cadastro Ambiental Rural (CAR); dar suporte à Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais; fazer a manutenção da base cartográfica e estudos de traçados das rodovias federais; analisar bacias hidrográficas; identificar o uso dos solos; e gerenciar as florestas nacionais.
Morten Kias, da Agência para Gestão da Água e do Meio Ambiente da Dinamarca, revelou como a agência adotou o software livre; e os italianos Pispico Rocco e Roberto Cremonini, da Agência Regional de Proteção Ambiental de Piemonte, mostraram como a região coleta e analisa dados ambientais para projetos de infraestrutura de grande porte, além de administrar riscos contra acidentes naturais.
Os palestrantes foram unânimes em afirmar que o software livre se iguala ao software proprietário em termos de qualidade, com a vantagem de ter custos reduzidos. Além disso, as licenças não expiram, favorecendo a manutenção dos sistemas, e o código aberto permite a criação de soluções sob medida para atendimento às necessidades específicas de cada usuário. “O QGIS, por exemplo, é um aplicativo de informações geográficas desenvolvido de forma colaborativa e voluntária, autogestionado por usuários e programadores ao redor do mundo, multiplataforma e não competitivo”, disse o coordenador da comunidade QGIS Brasil e professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Arthur Nanni.
Segundo o coordenador-geral de Monitoramento Ambiental do Ibama, George Ferreira, o Governo Federal estabeleceu que os órgãos federais deverão empregar software livre em vez de proprietário sempre que possível. Para ele, o monopólio é prejudicial para o usuário do serviço. “O software livre fomenta uma indústria de centenas de prestadores capacitados para suporte e desenvolvimento de ferramentas que não ficam mais centralizados em uma única empresa”, disse Ferreira.
O seminário foi idealizado pela Coordenação-Geral de Monitoramento Ambiental do Ibama, no âmbito do Programa Diálogos Setoriais, e sua realização teve o apoio da União Europeia e dos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
Mais informações:
Vídeos das apresentações
Assessoria de Comunicação do Ibama
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