Foram utilizados no projeto uma área de 4.500m², 10m de profundidade e 12 estruturas instaladas. Vale citar que os módulos empregados como tecnologia de produção (tanques-rede: berçário, crescimento e engorda) tratam-se de equipamentos que foram solicitados o registro de patente ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), em 2011, como ‘Invenção da balsa de flutuação para produção em pequena escala’. Os mesmos foram adquiridos anteriormente ao projeto com recursos provenientes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) e da ST Serviços Técnicos em Aquicultura Ltda (Seta Aquicultura) que também foi a executora do projeto, disponibilizando recursos humanos e espaço físico. Além destas colaborações deve-se mencionar como instituições parceiras a Bahia Pesca com a doação de parte dos alevinos e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com o financiamento de bolsas das pesquisas.
A pesquisa avaliou o desempenho de cultivo do bijupirá em pequena escala de produção instalados em áreas que possam ser utilizadas por pequenos e médios produtores (regiões estuarinas e marinhas abrigadas e de pouca profundidade). Para isto, foram desenvolvidos e testados equipamentos e ajustada a metodologia de cultivo para as condições ambientais, especialmente em relação à hidrologia e a salinidade.
Os ensaios nutricionais foram realizados com ração comercial nacional, específica para peixes marinhos, e ração experimental em combinações diferenciadas por lotes e períodos. Os peixes atingiram no primeiro ano de cultivo peso médio de 2,75 kg, taxa de sobrevivência acima de 90% e índice médio de conversão alimentar de 1:3,15.
No segundo ano de cultivo houve um período de mortalidade crônica depois de uma acentuada redução do apetite e do ritmo de crescimento dos peixes, sendo atribuída como uma das prováveis causas, a dieta que não atendeu as exigências nutricionais da espécie frente às mudanças ocorridas nas condições ambientais.
O projeto possibilitou a obtenção de uma série de indicativos importantes para o estabelecimento do cultivo desta espécie em tanques-rede no ambiente estuarino. A partir dos resultados preliminares foram identificadas demandas tecnológicas fundamentais para o desenvolvimento de um protocolo de cultivo técnico que seja assertivo, economicamente viável e adequado ao ambiente. Além disso a pesquisa foi pioneira no Brasil, pois em ecossistemas estuarinos o cultivo experimental realizado por mais de 12 meses com uso de ração comercial é inédito no país.
Tais resultados demostram a importância das Unidades de Pesquisa como instrumento estratégico no desenvolvimento da maricultura nacional em âmbito social, econômico e também investigativo. Uma vez que, as políticas de planejamento e ordenamento da aquicultura nacional possibilitam aprimorar o conhecimento científico da produção aquícola em águas marinhas da União e fortalecem parcerias fundamentais entre o Ministério da Pesca e Aquicultura e instituições nacionais de ensino e pesquisa.
Texto: UNEB
Fotos: UNEB/Divulgação
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