20 de janeiro de 2015

Ministro Helder quer ampliar diálogo com setor de carcinicultura


Na tarde desta segunda-feira (19), o ministro Helder Barbalho recepcionou, em seu gabinete em Brasília, líderes da carcinicultura nacional.

A comitiva – que incluiu Cristiano Maia, presidente da Associação Cearense de Criadores de Camarão (ACCC) e Lucídio Carneiro, da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC) - conversou com o ministro sobre as principais reivindicações dos produtores, como a redução das barreiras comerciais à exportação de camarão aos Estados Unidos e Europa e o melhor acompanhamento da sanidade pesqueira relativa ao plantel nacional e a importações.

“O encontro foi salutar e muito importante, porque o ministro se mostrou aberto e receptivo ao diálogo, e já compreende perfeitamente o potencial do setor pesqueiro para o fortalecimento da economia e a geração de empregos, sobretudo no Nordeste”, disse o deputado federal Danilo Forte, do Ceará, que acompanhou a comitiva na reunião.

Na pauta também foram discutidos outros assuntos de interesse do setor pesqueiro, como a necessidade de se implantar um programa de identificação molecular para combater fraudes e a alteração da época de defeso da lagosta, para não coincidir com uma época melhor de comercialização do produto no mercado externo. A alteração, conforme a proposta, não reduziria o tempo do defeso e manteria a capacidade de recuperação dos estoques.

Aumento de produção

Atualmente o Brasil produz 80 mil toneladas de camarão por ano. Quase a totalidade da produção é destinada ao mercado nacional.

O maior produtor é o Ceará, responsável por metade da produção. O clima quente do estado é altamente favorável ao desenvolvimento da carcinicultura o ano todo.

“Nos próximos cinco anos queremos dobrar a nossa produção de camarão no estado, para atingir as 80 mil toneladas”, adiantou Cristiano Maia, presidente da ACCC.

Neste novo cenário, as exportações serão importantes para absorver parte da produção. Por isso, Cristiano Maia e Lucídio Carneiro desejam que o governo brasileiro reduza os impostos e as barreiras comerciais por meio de entendimentos com os EUA e a Comunidade Europeia. Acordos internacionais já reduziram as barreiras para países produtores como o México e o Equador.

Nada menos do que 92% da produção do camarão cearense ocorre em criatórios nos estuários próximos ao litoral, e o restante em água doce no interior do estado. A espécie criada é Alitopeneus vannamei, a mais importante para a carcinicultura nacional. A espécie é oriunda da costa sul-americana do Oceano Pacífico. Outros estados nordestinos também têm vocação para a atividade, como Rio Grande do Norte e o Piauí.

Nos viveiros, a espécie leva de 110 a 120 dias para atingir o tamanho médio de 10 a 12 centímetros. A produção cearense é comercializada principalmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Na próxima semana, representantes das entidades do setor irão aprofundar a pauta de reivindicações com secretários e especialistas do Ministério da Pesca e Aquicultura. O ministro Helder Barbalho já acatou parte das sugestões levadas, como o fortalecimento dos comitês de gestão das pescarias de maior interesse.
fonte:MPA