8 de fevereiro de 2014

Pesquisadores se reúnem para discutir aquicultura sustentável

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Em um futuro não muito distante, o Brasil poderá se tornar uma plataforma de produção de pescado, para atender o mercado doméstico e internacional. Afinal, de acordo com a FAO, até 2025, o mundo demandará mais 50 milhões de toneladas de pescado e o País tem tudo para prover uma parte significativa dessa demanda. A produção deverá ser realizada em reservatórios públicos, no litoral e ainda em propriedades rurais.
Tendo em vista essa perspectiva, o Governo Federal e as instituições acadêmicas estão se mobilizando para implantar no País uma aquicultura moderna e sustentável, que beneficie as atuais e futuras gerações.
Em Brasília, com o apoio do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), por exemplo, está sendo realizado desde hoje (5) e até a próxima sexta-feira um workshop sobre aquicultura sustentável.

Sistemas de produção
O workshop, aberto pela secretária de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura do MPA, Maria Fernanda Nince Ferreira, está sendo coordenado pelo professor Wagner Cotroni Valenti, do Centro de Aquicultura da Universidade Estadual Paulista (UNESP). No encontro ele busca consolidar uma rede nacional de pesquisa com a participação de mais de 40 especialistas em aquicultura brasileiros. “Este projeto, que integra o Programa de Pesquisa Repensa Brasil, pretende levantar indicadores para a sustentabilidade dos sistemas de cultivo utilizados no País, como carcinicultura marinha, tilapicultura em tanque-rede e ostreicultura”, afirma o professor Valenti.
Segundo ele, o trabalho leva em consideração três componentes: preservação do meio ambiente, desenvolvimento social e produção lucrativa. Até 2015, esse grupo de pesquisadores irá definir um conjunto de indicadores de sustentabilidade que poderão ser levados em conta em políticas públicas e em iniciativas empresariais.
Atualmente, parâmetros do setor, como capacidade de suporte, eficiência dos sistemas e impacto ambiental, levam em consideração estimativas quase sempre de cunho teórico. O trabalho do grupo, que reúne pesquisadores das principais regiões produtoras, do Pará a Santa Catarina, possibilitará um conhecimento mais profundo dos sistemas de produção brasileiros na aquicultura e a sua relação com o meio antrópico e ambiental. O País então contará com informações e indicadores mais confiáveis e precisos para promover a sustentabilidade na atividade aquícola.

Perspectivas
Na abertura do workshop, a secretária Maria Fernanda expôs as políticas do MPA e destacou a importância do projeto coordenado pelo professor Valenti para a sustentabilidade ambiental da aquicultura brasileira.
Segundo ela, o Ministério licitou, em 2013, 900 hectares de lâmina d’água em reservatórios públicos, beneficiando, sobretudo, pequenos produtores. A política de estímulo à atividade, entretanto, também atendeu a projetos empresariais. “Em 2013, o BNDES ofertou crédito de R$ 15 milhões a R$17 milhões para projetos maiores, inclusive um no valor de R$ 40 milhões”, afirmou. Em outro momento, ela disse que o IBGE agora está à frente do levantamento das informações do censo aquícola nacional, importante para as ações de planejamento do Governo Federal.
Rodrigo Roubach, coordenador geral de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura Marinha em Estabelecimentos Rurais do MPA, também presente ao encontro, recordou a importância da aquicultura para o abastecimento mundial de pescado. “Hoje a produção aquícola mundial já supera a produção bovina”, diz Roubach. O crescimento da aquicultura impressiona. “Há 20 anos, apenas um entre cinco pescados era proveniente da aquicultura, e hoje ela atende a metade das necessidades da população mundial”, afirma. O setor de pescado, acrescenta, responde por 60% da exportação relacionada à proteína animal no mundo.fonte:MPA

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