3 de julho de 2017

Senado aprova indicação de Ricardo Medeiros para diretor da ANA

Em votação realizada na noite desta terça-feira, 27 de junho, o Plenário do Senado Federal aprovou a indicação de Ricardo Medeiros de Andrade para o cargo de diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), que está vago desde 29 de maio com o término do mandato de Paulo Varella. Ricardo teve 58 votos a favor, sete contra e uma abstenção. Para começar no cargo, Medeiros deverá ser nomeado por meio de Decreto assinado pelo presidente da República. O mandato de um diretor da Agência tem quatro anos de duração, prorrogável uma vez por igual período.
Antes de sua indicação ir para votação em Plenário, Ricardo passou por sabatina na Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado em 21 de junho, onde foi aprovado por unanimidade com 13 votos favoráveis. Na ocasião, o indicado falou sobre o caráter técnico do quadro de servidores da instituição e os benefícios que isso traz. “A Agência, desde sua criação, teve a enorme vantagem de contar, tanto em seu corpo técnico quanto no de dirigentes, com os mais renomados e experientes nomes do País no campo das águas, o que permitiu que sua atuação fosse destacada e significasse um ponto de inflexão no âmbito do gerenciamento dos recursos hídricos no País”, afirmou.
Outro ponto contemplado no discurso de Medeiros foi o desafio que as mudanças climáticas representam para o Brasil, que conta com a criatividade dos mecanismos de gestão de recursos hídricos e com a excelência da Engenharia. “As evidências das mudanças do clima têm nos lembrado, de forma recorrente, que isso ainda não basta. Quando olhamos para o futuro faz-se necessário redobrar o esforço para que consigamos oferecer qualidade de vida e efetivo desenvolvimento a todos os brasileiros”, destacou.
O sabatinado também mencionou para os senadores as crises hídricas em que a ANA tem atuado com sua expertise técnica nos últimos anos, como a do Cantareira e a do São Francisco, além da interface delas com as mudanças climáticas. “O conhecimento profundo da Hidrologia, associado à percepção das alterações climáticas que se passam pelo mundo, serão os instrumentos de que se valerão os tomadores de decisão para prevenção e adaptação às crises hídricas que certamente virão”, afirma.
Na visão de Ricardo Medeiros, o protagonismo do Brasil na gestão de recursos hídricos culminou na oportunidade que o País terá para organizar o 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, entre 18 e 23 de março de 2018, pela primeira vez no Hemisfério Sul. Para ele, que é diretor executivo do 8º Fórum, o maior evento do mundo sobre água é uma oportunidade para compartilhar experiências na gestão de recursos hídricos. “Eventos como as edições do Fórum Mundial da Água são fundamentais para conhecermos e discutirmos quais tendências de abordagem sobre a temática da água vêm sendo adotadas em diferentes partes do mundo e quais poderão servir de exemplo e inspiração para os problemas que enfrentamos”, aponta.
Ricardo citou, ainda, a importância de iniciativas da Agência, como: o Programa Produtor de Água, ação de pagamento por serviços ambientais que conservem água e solo; e o Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das Águas (PROGESTÃO), que incentiva o fortalecimento dos sistemas estaduais de gerenciamento de recursos hídricos por meio do pagamento pelo cumprimento de metas.
Ricardo Medeiros também respondeu a perguntas dos senadores sobre o acesso universal de água de boa qualidade para todos os brasileiros, sobre o papel da ANA diante das crises hídricas pelas quais tem passado o Brasil e ante o contexto de mudanças climáticas e sobre a diplomacia relacionada ao compartilhamento de recursos hídricos entre os países.
Currículo
Engenheiro civil graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Ricardo Medeiros atua na ANA desde 2007. Na Agência, já atuou como assessor do então diretor Benedito Braga e como coordenador de iniciativas como o Programa Nacional de Desenvolvimento dos Recursos Hídricos (PROÁGUA Nacional), o Programa de Desenvolvimento do Setor Água (INTERÁGUAS) e o GEF Amazonas.
Em 2009 o engenheiro civil foi indicado para comandar a Superintendência de Implementação de Programas e Projetos (SIP) e, em 2016, recebeu a indicação para exercer a função de diretor executivo do 8º Fórum Mundial da Água, atribuições que exerce simultaneamente. O potiguar também é um dos governadores do Conselho Mundial da Água, instituição que organiza o Fórum Mundial da Água juntamente com o país anfitrião do evento.
Na SIP, Ricardo Andrade coordenou a manutenção e a execução de iniciativas como o Programa Produtor de Água, criado pela ANA em 2001 e atualmente com mais de 40 projetos implementados no Brasil, beneficiando mananciais usados para abastecimento de grandes cidades; o Programa Despoluição de Bacias Hidrográficas (PRODES), que desde seu lançamento, também em 2001, já contratou mais de 80 empreendimentos que atenderam cerca de 9 milhões de brasileiros e desembolsou mais de R$ 400 milhões pelo esgoto tratado; entre outras ações.

*Texto:Raylton Alves - ASCOM/ANA.

2 de julho de 2017

Açude de Coremas volta a receber água após fortes chuvas na região

A cidade de Coremas recebeu 84 mm de chuva entre a última sexta-feira (30) e o sábado (1º). A informação é do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS).
O índice é importante para a região, que contava com pequena queda no nível do Açude de Coremas durante a última semana. No entanto, o açude conviveu com alta durante no mês de junho.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Pesca e Recursos Hídricos da cidade de Coremas, José Albertino de Andrade Silva, o Açude de Coremas recebeu 6 centímetros de água neste fim de semana.

*O Xerife.

27 de junho de 2017

CEARÁ: De agosto à outubro mananciais que abastecem Alto Santo, Jaguaruana e Limoeiro do Norte devem secar

Doze cidades cearenses só têm água garantida até julho e Mananciais de 36 municípios do Ceará devem atingir volume morto entre agosto e outubro.
Doze dessas cidades, que já estão em situação crítica, devem ter abastecimento só até o próximo mês. Por isso, medidas emergenciais para a garantia de água nesses locais são estudadas pelo Governo do Estado.
Segundo o secretário das Cidades, Jesualdo Farias, “a perspectiva para 2018 também não é das melhores”. Jesualdo participou ontem da reunião do Conselho Estadual das Cidades (Concidades), que discutiu a situação hídrica do Ceará.
Para suportar um possível sétimo ano de seca, soluções foram debatidas no encontro, com conselheiros do Concidades e representantes da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece).
Ações emergenciais contra a seca foram apresentadas, considerando ainda iniciativas de grande porte, como a transposição do rio São Francisco — cujas águas devem chegar ao Sul do Estado em fevereiro de 2018 — e projetos de dessalinização e reúso de água.
Açudes como Vieirão (Boa Viagem), Serafim Dias (Mombaça) e Poço da Pedra (Campos Sales) já são considerados totalmente secos pelo Estado. Por enquanto, segundo a Cogerh, os 12 municípios com situação mais crítica são atendidos por carros-pipa. Para evitar o colapso, dezenas de poços devem ser perfurados no próximo mês.
Conforme Hélder Cortez, diretor da Unidade de Negócios do Interior, da Cagece, o Estado “desenvolve uma solução para cada cidade que tem problema de abastecimento”. Dentre os 12 municípios mais prejudicados com a falta de água, Catarina, Boa Viagem, Iracema, Pereiro, Potiretama e Granjeiro podem receber adutoras de montagem rápida (AMRs). Os equipamentos ainda estão em planejamento.
“O importante é planejarmos água até a próxima quadra chuvosa e aguardar a previsão para 2018”, disse Hélder, ressaltando que o abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) está “garantido para este ano”.
Projeto
Para contornar a baixa perenização dos rios e diminuir a vulnerabilidade dos cursos de água, Bruno Rebouças, assistente da Diretoria de Operações da Cogerh, apresentou, na reunião, o projeto Malha d’Água. A iniciativa deve ser lançada em breve pelo órgão. “A gente não espera só pela água das chuvas. Estamos tomando medidas para aumentar nossa capacidade de resistência. Em condições normais, perenizamos 2,5 mil quilômetros de rio, hoje, menos de 600. Com adutoras, cidades poderão ser ligadas a mananciais que tenham resiliência a longos períodos de estiagem, para diminuir essa perda”, antecipou Bruno.
Saiba mais
Os 24 municípios cujos mananciais devem secar entre agosto e outubro são: Alto Santo, Apuiarés, Aratuba, Baixio, Cariús, Catunda, Icó, Ibaretama, Ipaumirim, Itapiúna, Jaguaruana, Jucás, Limoeiro do Norte, Milhã, Monsenhor Tabosa, Mulungu, Pacoti, Palmácia, Potengi, Salitre, São Luís do Curu, Solonópole, Tamboril e Umari.
A usina de dessalinização cearense, a primeira do Brasil, deve ter capacidade de gerar, por segundo, 1m³ de água para a rede de abastecimento, o equivalente a 12% do consumo de Fortaleza.
A expectativa é de que a partir de 2020 o uso desta água seja possível, segundo Jesualdo Farias. O Governo aguarda retorno do Tribunal de Contas do Estado (TCE), até o próximo dia 30, para dar prosseguimento ao edital de estudos de implantação da usina, suspenso em maio.


*O Povo/Alto Santo é Notícia.