8 de maio de 2014

Congresso dá o pontapé em CPIs para investigar governo e oposição


Renan não descartou CPI “x-tudo” da Petrobras: “Não há impedimento”
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na noite desta quarta-feira (7), manteve a criação da CPI mista daPetrobras, solicitada pela oposição. Ao mesmo tempo, o senador leu o requerimento de criação da CPI mista do Metrô, para apurar o cartel dos trens em São Paulo e em Brasília. As comissões prometem movimentar a campanha eleitoral deste ano entre Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB)
Hoje, Renan rejeitou recursos da base aliada para impedir a apuração na Petrobras e pediu que os líderes da Câmara indiquem os membros para a investigação.
A investigação deve se iniciar por quatro fatos: prejuízos na compra da refinaria de Pasadena, superfaturamentos na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, denúncias de pagamentos de subornos pela empresa de navios SBM e o lançamento de plataformas de petróleo sem equipamentos de segurança. A oposição quer atingir a presidente Dilma Rousseff em ano eleitoral, porque ela deu aval à compra em Pasadena.
Até hoje à meia-noite, os deputados e senadores têm prazo para retirarem suas assinaturas da CPI do Metrô. Nela, o objetivo é apurar formação de cartel e corrupção de autoridades em obras e serviços nas linhas de trens em São Paulo e Distrito Federal. A apuração deverá ser feita por 11 senadores e 11 deputados num prazo de 120 dias. O pedido, feito pela base, é uma tentativa de rebater as denúncias sobre o governo federal e, por tabela, atingir o PSDB do presidenciável Aécio Neves (MG) e do governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckimin.
Renan reafirmou defender uma CPI mista da Petrobras com foco de apuração amplo, incluindo denúncias nos metrôs e também no Porto de Suape, em Pernambuco, terra do presidenciável Eduardo Campos (PSB). Entretanto, como a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber disse que o objetivo da comissão de inquérito deveria ser apenas um tema. “Não poderia deixar de aplicar a decisão liminar do Supremo.”
Apesar disso, ele não descartou ampliar o foco da apuração, caso a decisão de Rosa Weber seja revertida no plenário do Supremo. “Não há impedimento de que possa haver mais de um fato determinado”, opinou Renan. Ele afirmou que, ainda que sejam múltiplos os fatos a serem investigados, os limites da CPI estão determinados.
Pressa e preferência
Apesar do prazo dado por Renan para os líderes indicarem membros da CPI da Petrobras, a oposição exigiu pressa. Hoje à noite, o líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), apresentou questão de ordem pedindo a instalação imediata da comissão.
A leitura de criação da CPI foi em 15 de abril. Mendonça diz que o prazo regimental, de 48 horas, já venceu. “Cabe a vossa excelência fazer a indicação dos nomes se a base do governo não quer fazê-lo, respeitando a Constituição e o direito da minoria”, argumentou o oposicionista. Para Renan, há prazo de cinco sessões para os nomes serem indicados.
Já o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), questionou a criação de uma CPI mista da Petrobrás com o mesmo objetivo da já criada comissão de inquérito do Senado. Ele argumentou que isso vai contra os princípios de razoabilidade e economicidade. Para Costa, a CPI exclusiva do Senado deve ter precedência sobre a comissão parlamentar mista, pois foi criada antes.
STF
No último dia 23, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar favorável à instalação de uma comissão para apurar apenas denúncias envolvendo a Petrobras e não indícios de formação de cartel em metrôs ou de irregularidades na construção do porto de Suape, em Pernambuco.
O caso foi parar no STF porque os governistas queriam que a CPI da Petrobras incluísse as questões do cartel e do porto de Suape. Eles apostam em constrangimentos para os pré-candidatos à sucessão presidencial Eduardo Campos (PSB-PE) e Aécio Neves (PSDB-MG). Renan Calheiros já recorreu contra a decisão proferida por Weber. (com agências)

Mais sobre Petrobras fonte:Congresso em foco

Sindicalistas do Amazonas defendem em Brasília interesses das comunidades pesqueiras

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O ministro da Pesca e Aquicultura substituto, Átila Maia da Rocha, acompanhado de diretores e secretários da pasta, se reuniu nesta terça-feira (6), na sede do Ministério, em Brasília, com um grupo de 32 representantes sindicais do Amazonas, tendo à frente o Presidente do Sindicato dos Pescadores no Estado do Amazonas (SINDPESCA), Ronildo Nogueira Palmere.
O grupo de sindicalistas, além de comparecer à reunião no MPA, aproveitou o dia para manter interlocução com outras áreas do governo federal, para defender os interesses das comunidades pesqueiras do estado.

Vastidão
Com 1,6 milhão de km², o estado do Amazonas é o maior do Brasil em extensão territorial. A atividade pesqueira é natural em um estado cortado por rios caudalosos como o Madeira, o Solimões, o Amazonas e o Purus. Ao todo, o estado conta com 102 mil pescadores artesanais registrados no MPA. No estado, com o auxílio de pequenas embarcações de madeira, dotadas de motores de popa, são capturados peixes como o jaraqui, popular na culinária da região Norte, bem como espécies como tambaqui, piramutaba, pacu e caparari.
Na opinião dos dirigentes sindicais, o estado merece uma atenção especial das autoridades, já que há problemas de comunicação e de transporte, que dificultam o cumprimento de algumas exigências legais.

Recadastramento
Um dos pontos abordados na reunião foi a renovação das carteiras de pescador profissional, que se encontra em andamento em todo o País. Muitos pescadores do Amazonas têm dificuldade para obter informações sobre o assunto e para providenciar a documentação necessária, o que acarreta problemas no recebimento do seguro-defeso, de um salário mínimo mensal, concedido via Ministério do Trabalho e Emprego.
No estado, a época do defeso, quando a pescaria é interrompida, para possibilitar a reprodução das espécies, ocorre entre os dias 15 de novembro e 15 de março. Entretanto, existem exceções. O defeso do tambaqui vai de 1º de novembro a 30 de março. Já o pirarucu, um dos maiores peixes de água doce do mundo, é protegido por lei, e sua captura só é permitida em criatórios de manejo credenciados.

Na oportunidade, o diretor do Departamento de Registro da Pesca e Aquicultura do MPA, Clemerson José Pinheiro, garantiu aos dirigentes sindicais de que, desde o início, existe o compromisso do Ministério de que “nenhum pescador artesanal seja prejudicado pela renovação das carteiras de pescador”. Assim, ele se dispôs a resolver pendências relacionadas ao sistema do RGP. Além disso, ficou acertado que o SINDPESCA e o MPA irão aprofundar um termo de cooperação técnica instituído em 2013, de forma a criar, com a participação do governo federal e das entidades representativas, um fórum adequado à solução de problemas.fonte:MPA

6 de maio de 2014

Globo Rural: pescadores mudam de atividades em Apodi, no RN

Reportagem da Inter TV Cabugi foi exibida nesta sexta-feira no Globo Rural.Foi  dia 29/03/2014 06h00

A estiagem dos últimos anos obrigou os pescadores do município de Apodi, distante 355 km de Natal, a mudar de atividade. A lagoa de onde eles tiravam o sustento praticamente secou. A reportagem da Inter TV Cabugi que mostra a dificuldade vivida por esses trabalhadores foi exibida nesta sexta-feira no Globo Rural.
Há três anos, o pescador Raimundo Rêgo atravessa o local de canoa. Hoje, faz o percurso a pé. Ele trocou a pesca pela criação de porcos e galinhas depois que as chuvas pararam de cair na região. "Era melhor que eu estivesse pescando, que a água estivesse limpa e tratada para a pessoa pescar", disse o pescador.
Cerca de 500 pescadores de Apodi e cidades vizinhas perderam a fonte de renda. A maior parte do pescado vinha de uma lagoa que atualmente está com o nível de água baixíssimo. A estimativa dos pescadores locais é que quando está cheia, a Lagoa do Apodi tenha 16 milhões de metros cúbicos de água, em uma extensão de 18km. Mas, devido à seca, os pescadores abandonaram as canoas e o lugar virou praticamente um curral.
Os pescadores estão procurando outra fonte de renda. "A gente está se virando como pode. Uns estão trabalhando em vassouras, tentando fazer uma produção na palha. Outros vão trabalhar na agricultura, fazendo cerca, brocar. Eu mesmo passei agora dois meses trabalhando em cerca", contou Anael Alves, vice-presidente da colônia de pescadores de Apodi.
O desejo dos pescadores é que seja feito um canal para retirada da água do Rio Apodil, o que ajudaria a restabelecer o nível da lagoa. O projeto está em discussão e depende da autorização de vários órgãos federais e estaduais. fonte:GloboRural