24 de novembro de 2017

CEARÁ - Castanhão libera mais água para Baixo Jaguaribe

Do maior açude do Estado do Ceará, a água socorre, por meio do Rio Jaguaribe, as cidades ribeirinhas abaixo. Já pelo Eixão das Águas (bombeamento), atende à demanda da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) (Foto: Kid Júnior).
Após reunião entre o titular da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), Francisco Teixeira, e o diretor geral do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), Ângelo Guerra, ontem, houve entendimento para ampliar a liberação de água do Açude Castanhão para atender demanda de consumo de seis cidades do Vale do Baixo Jaguaribe, que corriam risco de entrar em colapso.

A situação mais grave é enfrentada pela cidade de Quixeré e pelo distrito de Lagoinha, que já ficam no fim do trecho de 100Km de extensão a partir do Castanhão, no leito do Rio Jaguaribe. A água é barrada pelo Açude Sucurujuba, ponto de captação para o sistema de abastecimento. Outros centros urbanos atendidos são Limoeiro do Norte, São João do Jaguaribe, Tabuleiro do Norte, Russas e a própria Jaguaribara, no entorno do reservatório.


A SRH e a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (SRH) consideravam urgente a liberação de mais água. Na terça-feira passada (14), a Cogerh enviou uma nota técnica solicitando ao Dnocs ampliar a vazão de 4,6m³ para 5,2m³ para o Rio Jaguaribe. O coordenador do reservatório, administrado pelo Dnocs, Fernando Pimentel, considerou estranha a solicitação e decidiu por não ampliar a vazão. "Só vou ampliar a vazão se vier ordem da direção", frisou. A direção do Dnocs exigia uma justificativa técnica da Cogerh. Na manhã desta quinta-feira o titular da SRH apresentou a justificativa técnica e os dois órgãos entraram em entendimento.


Segundo o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias, a ampliação da vazão já começou na tarde de ontem. "Houve um entendimento e tudo ficou esclarecido, pois não estamos liberando mais do que foi acordado na reunião de alocação dos comitês de bacia, em junho passado, na cidade de Iguatu. Não usamos toda a água autorizada, havia um saldo, e agora precisamos com urgência dessa água", explicou. João Lúcio esclareceu que a Cogerh faz um esforço para utilizar menor quantidade de água do que foi autorizado. "A gente sempre tenta deixar um saldo para um momento de maior dificuldade ou para usar no período seguinte.


A situação agora é de necessidade urgente porque havia o risco de colapso no abastecimento de várias cidades do Baixo Jaguaribe", frisou. Para João Lúcio Farias, houve um mal entendido por parte do operador local do Dnocs e água liberada não se destina a Fortaleza, mas ao Baixo Jaguaribe. A operação segue até o fim deste ano, quando deverá ocorrer reunião com a comissão de usuários para reavaliar a situação.


O Castanhão libera ainda 2,85 m³/s pelo Eixão das Águas (por bombeamento) para atender a demanda de outras cidades da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). "A prioridade do uso da água é para o consumo humano", pontuou João Lúcio Farias. "Vamos intensificar a fiscalização ao longo do trecho do rio, com apoio da Polícia Ambiental, da SRH e já ampliamos o número de fiscais, lacramos e retiramos bombas irregulares. O produtor, quando vê uma água passando, quer usar, produzir".


João Lúcio observou. Nos últimos meses, a Cogerh passou a usar máquinas (retroescavadeiras e pá mecânicas) para desobstruir barreiras artificiais feitas por produtores rurais e corrigir o leito, com o objetivo de facilitar o escoamento da água até o açude Sucurujuba, em Quixeré. "Já usamos drone para estudar melhor os pontos de captação, os obstáculos na calha do Jaguaribe", disse João Lúcio. O presidente do Sub-Comitê de Bacia do Baixo Jaguaribe, Aridiano Belk de Oliveira, reforçou o argumento da Cogerh sobre a necessidade de ampliar a vazão na válvula dispersora do Castanhão. "Na verdade, não é mais água porque na reunião de alocação decidida pelos comitês em Iguatu ficou autorizado o uso médio de 4,5m³ e só foram utilizados 4,3m³. Havia um saldo na operação", disse. Aridiano Belk disse que os moradores das cidades do Baixo Jaguaribe precisam com urgência do recurso hídrico.


"A situação vem se agravando e essa água é muito necessária", frisou. Além do consumo humano, ainda se utiliza água para a produção nos perímetros irrigados Tabuleiro de Russas e Jaguaribe Apodi. "Houve uma redução de mais de 70% de água para irrigação em relação ao consumo de 2014. De forma precária, estamos tentando manter uma produção de culturas perenes", explicou. Graças ao uso de tecnologia, irrigação localizada por microaspersão e gotejamento ainda há produção de fruteiras nos perímetros (uva, banana, goiaba).

A água está ficando escassa no Vale do Jaguaribe. No alto, os usuários reclamam da falta de medidas compensatórias. "Os produtores ficaram sem condições de trabalhar porque a água foi liberada para o Castanhão", questionou Paulo Landim, integrante do Comitê da Sub-Bacia do Alto Jaguaribe. "Até poços profundos não foram ainda instalados e as comunidades sofrem com a falta de água".


*FONTE: DN/Alto Santo é Notícia.

23 de novembro de 2017

Monitoramento aponta aumento de quase 300% na população de tartarugas-da-amazônia no Rio Tapajós (PA) em três décadas

Brasília – O Programa Quelônios da Amazônia (PQA), coordenado pelo Ibama, monitorou entre 29 de setembro e 10 de novembro cerca de 10 mil fêmeas da espécie tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa) em idade reprodutiva na região conhecida como tabuleiro de Monte Cristo, no Rio Tapajós, próximo ao município de Aveiro (PA). Nesse período, a espécie migra para construir ninhos e colocar ovos. A população observada em 2017 aumentou 268% em comparação ao início da década de 1980, quando foram contabilizadas 2715 fêmeas na região.

“Estamos muito satisfeitos com esse crescimento, pois ele indica que a redução observada no último ano foi revertida”, disse o coordenador do PQA no Estado do Pará, Raphael Fonseca. Em 2016, equipes do PQA haviam constatado uma diminuição de aproximadamente 84% no número de filhotes nascidos no tabuleiro e apontaram como causa provável a baixa quantidade de chuvas.


O PQA monitora cerca de 50 mil fêmeas de Podocnemis expansa em idade reprodutiva em oito estados brasileiros: Amapá, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Pará, Tocantins, Rondônia e Roraima. As equipes técnicas fiscalizam os locais de desova para evitar a caça, abrem uma amostra representativa de ninhos e registram medidas dos animais para avaliar as populações. A pesquisadora Priscila Miorando, da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), foi ao tabuleiro de Monte Cristo para acompanhar o trabalho realizado na região e conduzir pesquisas.

A Podocnemis expansa é a maior espécie de quelônio da América do Sul e a única a possuir comportamento social descrito em estudos científicos. As fêmeas se reúnem na praia que se forma com a baixa do Rio Tapajós para preparar seus ninhos. Alvo de caça e roubo de ovos, a espécie é protegida desde 1979, ano em que foi criado o PQA.

O tabuleiro (área de reprodução) de Monte Cristo, também usado por Tracajás (Podocnemis unifilis) e pitiús (Podocnemis sextuberculata), é um dos maiores do país. O monitoramento em 2017 teve o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do batalhão ambiental da Polícia Militar (PM) de Santarém e da comunidade de Monte Cristo.

*Assessoria de Comunicação do Ibama.

Programa do Milho de Apodi faz CONAB Mossoró se tornar principal unidade do Estado

Em virtude da realização do Programa do Milho, feito em parceria com a Prefeitura Municipal de Apodi, a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) de Mossoró está figurando como a principal unidade do Rio Grande do Norte.

O motivo é a grande quantidade de milho que a unidade está distribuindo para o município. Desde o início do programa, em julho deste ano, já foram entregues aos produtores de Apodi mais de 5 mil sacas de 60kg do grão.

“Além de tornar a CONAB Mossoró a principal do Estado, essa grande entrada de grãos está ajudando a regular o preço aqui. Se não fosse esse programa, a saca em nosso comércio já estaria sendo vendida por cerca de R$ 60,00”, comentou o secretário Municipal de Agricultura, Elton Rosemberg.

O Programa do Milho é uma ação da Prefeitura de Apodi que visa contribuir, diretamente, para a melhoria do homem do campo, uma vez que proporciona uma maior comodidade e consequente contribuição para os criadores municipais. Através desta ação, os produtores compram a saca pelo preço de R$ 33 e recebem assistência durante a aquisição e o transporte gratuito de Mossoró até Apodi.